Estaciono no terreno baldio perto da concessionária e escondo o veículo em sombras para que ninguém ordinário possa vê-lo. Isso garantirá sua segurança, deixando-me menos preocupado.
Subo a passarela lentamente, chegando até o piso plano. Vejo o centro de convenções da cidade à esquerda e a minha antiga Universidade à direita. Sei que este é o local certo, e, para garantir, conjuro um encantamento que libera meus sentidos de uma forma que não consigo descrever. Os gestos são realizados com desenvoltura, com a fluidez de meses de prática.
Então vejo a passarela. Arcos e arcos comumente dispostos formando o portal.
Era engraçado imaginar porque que as pessoas evitavam passar por este local. Uns diziam que era pressa, outros que era preguiça, mas todos se enganavam, escondendo de si mesmos a resposta. A verdade é que a passarela é um local especial, ela encerra ângulos e padrões arcanos imperceptíveis em toda a estrutura que ressoa com outro lugar, um local que traz medo às pessoas.
Começo a travessia, elaborando os padrões no ar, formando os símbolos. O espaço começa a se distorcer e as sombras tomam conta das cercanias. De repente só existe luz na passarela, engolfada em sobras externas, e é quando o portal se torna visível. À medida que ando sinto algo me repelindo, uma força que diz que não pertenço ao local que quero chegar, mas minha vontade é mais forte, distorcendo a própria realidade e abrindo caminho. Cada passo deve é cuidadosamente calculado, exigindo um símbolo diferente.
Depois de segundos que se transcorrem em minutos, chego ao outro lado. Um local semelhante ao de outrora, mas totalmente diferente. Um mundo os habitantes não são bem o que parecem e todas as coisas que se escondem nas Sombras são verdadeiras.
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