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sexta-feira, 30 de abril de 2010

E6 – História e mecânica básica.

Como prometido, vou começar a falar um pouco sobre a mecânica básica do sistema E6.
Acontece que... A mecânica básica do E6 é a mecânica básica do D20! Mesmos tipos de dados, mesmas perícias, mesmos testes. Nada muda no modo de jogar, exceto o avanço do personagem durante o jogo.
Para todos os efeitos, um personagem do sistema E6 evolui normalmente até o nível 6. O motivo o nível 6, especificamente, seria o fato de ser neste nível em que os personagens estão mais balanceados. Além disso, um personagem de nível 6 é, considerando-se os padrões normais, de pessoas no D20, um verdadeiro herói veterano.
Mas e aí? Quando chegar ao nível 6 o jogo termina? Ou devemos continuar a nos aventurar sem evoluir? Claro que isso não é divertido. Uma das melhores coisas em jogar RPG é ver seus personagens crescerem e se tornarem ainda mais poderosos (ou morrer no processo). Parar de jogar é um balde de água fria nos jogadores justo quando eles estavam vislumbrando possibilidades, preparando seus personagens para os grandes feitos que (agora) eles são capazes de realizar. Por outro lado, jogar sem evoluir deixa de ser divertido para se tornar frustrante.
Para isso foi inventada a mecânica de experiência. A cada 5000 (cinco mil) pontos de experiência a personagem ganha um novo talento. Toda a evolução no E6 se dá a base de talentos. Para isso foram inventados novos talentos, dentre eles talentos para evolução das perícias já possuídas, talentos para adquirir novas perícias, talentos para ganhar mais base de ataque, talentos para ganhar acesso a talentos de nível (um pouco) mais alto e até para ter acesso a magias de nível mais alto. É toda uma gama de talentos.
Mesmo assim, esses talentos são limitados, você nunca vai conseguir uma perícia que lhe habilite a ter magias de vigésimo nível. O objetivo, afinal, é ter um jogo mais próximo dos meros mortais.
Claro, isso cria mais uma dificuldade, afinal, de certa forma, o personagem está avançando, mas não se sabe mais quanto ele está avançando. Em que o Mestre vai se basear para fazer seus desafios, quando todo o sistema do D20 é baseado em níveis de desafio? Para isso foi criada a seguinte mecânica: A cada dois novos talentos (ou seja, 1000 de experiência) o personagem pode ser considerado como um nível de desafio acima. Assim, um personagem de nível 6 com dois talentos ganhos com experiência é considerado um de nível 7. Como toda a evolução do personagem está limitada, recomenda-se que nunca se use monstros com ND maior que 10, pois a partir desse ponto, os personagens terão muita dificuldade de enfrentá-los – dependendo da situação e da ND do monstro.
Mas, afinal, de onde essa idéia surgiu? Afinal, para quê estabelecer essas limitações? O E6 é um jogo feito para manter as aventuras sob controle, para que os personagens não estejam, logo, dominando reinos sem ajuda, lutando contra deuses ou coisas parecidas, o que é possível em níveis mais altos. Ele surgiu na cabeça de um jogador ao ler a matéria “Gandalf was a Fifth-Level Magic User” de Bill Seligman na revista “The Dragon” de Março de 1977. O sistema foi pensado por ele, que começou a jogar com uns amigos e a fazer as modificações que achou necessárias durante o jogo. É um sistema que nasceu da experiência em jogo.



Assim, o sistema é designado para aventuras projetadas para ser difíceis, mas não impossível para mortais. Não é um sistema para você que gosta de participar de batalhas épicas contra deuses malignos, mas é ótimo para aqueles que querem viver a angústia de ser um mortal (consideravelmente mais capaz que a maior parte da população, mas ainda assim mortal) lutando contra forças do mal e correndo sérios riscos enquanto trabalha com recursos escassos para se manter vivo.
Isso me lembra uma postagem do Mr_Joke em que ele comenta sobre ser um heróis de verdade. Interessante como a idéia sugerida acima me pareceu bem mais heróica que andar nas nuvens.

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