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sábado, 19 de junho de 2010

O Tribalismo de Lobisomem

O Tribalismo de Lobisomem_03     Relendo aqui uns textos antigos, deparei-me com um comentário de um amigo e que já ouvi de outros por aí também. Falam que a história de Lobisomem é fraquinha, sem pé nem cabeça. Esse tipo de comentário já vinha do Lobisomem: O Apocalipse, mas neste, menos frequente. Porém, eu discordo plenamente desse tipo de comentário e posso fundamentar muito bem minha opinião. As histórias de Lobisomem são na verdade uma produção muito cuidadosa.
    Mas você deve estar se perguntando, como uma história sem nexo pode ser uma boa história? A explicação de tudo isso está no contexto do jogo de Lobisomem. Do que se trata o cerne da cultura do livro? Tribos!
O Tribalismo de Lobisomem_04     Isso mesmo, tribos indígenas ou o mais próximo disso. Alguém aí conhece lendas de folclore indígena, como Caipora, Boitatá, Curupira ou mitos indígenas sobre a criação de todas as coisas?
Se não conhecerem, podem dar uma procurada, acho que devem encontrar algo pela internet. Mas com certeza o que encontrarão serão histórias de estilo muito semelhante às encontradas em Lobisomem. Mitos, fábulas e folclore. E esse tipo de história é envolto em mistérios e coisas fantásticas que não seguem muito bem a nossa herança Descartiana, o raciocínio lógico. Algumas coisas são mesmo desencontradas e contra as noções de racional e lógico, com fatos quebrados e nada esmiuçados.

O Tribalismo de Lobisomem_02

    Por isso que digo que a história de Lobisomem foi feita com muito apreço, mantendo esse clima e trazendo para o contexto indígena as ledas e "fatos". Isso que torna rico o jogo. Suas histórias podem ter várias vertentes, e todas podem estar certas. Contudo, as mentes que não conseguem sair da linearidade não conseguem conceber esse tipo de existência, e tendem a rejeitá-la ou considerá-la errada ou incompleta, mas essa lógica ilógica é totalmente completa no seu jeito de ser, pois era assim nos povos indígenas e eles existiram por milhares de anos dessa forma muito bem obrigado. Se nem nossa lógica é totalmente certa, quem somos nós para criticar o ilogismo?
Ser diferente não é ser ruim, ser incompreensível é ser cego.

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